sexta-feira, 26 de junho de 2009

Newsgame: jornalismo ou não?

As animações gráficas avançadas e os infográficos do jornalismo proporcionam cada vez mais as sensações provocadas por um jogo de videogame. Mas fica ainda a dúvida: os Newsgames são jornalismo ou não?
Para aqueles que já consideram os Newsgames como um novo tipo de jornalismo um dos argumentos é a experiência que ele tem em apropriação de narrativas de diversas linguagens, assim como aconteceu a apropriação do cinema pelo documentário, e da literatura pelo New Journalism. Também existe uma nova tendência na biografia contada como forma de história em quadrinhos. Nesse sentido os Newsgames aparecem como uma narrativa eletrônica que mistura elementos de todas as outras: do texto, do vídeo, dos gráficos e ainda conta com a participação do leitor, que segundo Deak (2007) recebe o nome de usuário.
Já os argumentos que afastam os newsgames do jornalismo é a associação feita entre os jogos e o entretenimento. Esse teria um potencial alienante, em seu sentido puro, ligado a indústria do entretenimento. Segundo Deak (2007), os instrumentos desenvolvidos pela mesma podem ter um viés alienante, mas também podem ser utilizadas para educação ou para o jornalismo.
Segundo Andrade (2008), os Newsgames devem ser vistos como emuladores de notícias. Eles ainda fornecem uma leitura mais engajada do fato. Um dos diretores da Poynter (um dos principais sites sobre jornalismo on line) Howard Finberg, afirmou que a taxa de retenção de informação em um Newsgame é de 70 a 80%, enquanto num meio com texto e elementos multimídia (áudio e vídeo) a taxa é de 50%.
A relação da comunicação social com o videogame já é algo que vem sendo discutido. Andrade (2008) em suas pesquisas detectou o uso dessa ferramenta na publicidade, nas relações publicas e no jornalismo. Na publicidade o termo usado é o Advergames. Podemos observar alguns jogos inclusive em publicidades do MSN. Nas relações públicas, o termo é Serious Games. Ele tem esse nome porque é usado para discutir questões sérias e para persuadir o usuário durante o jogo, e até mesmo como um treinamentos. No Second Life, a IBM utiliza salas de conferências virtuais para treinar seus consultores. Finalmente, no jornalismo, essa ferramenta emergente tem o nome de Newsgames.
Para Andrade (2008), os Newsgames encaixam-se perfeitamente no conceito de jornalismo on line por agregar seus seis principais princípios: a multimidialidade, a interatividade, a hipertextualidade, a personificação, a memória e a instantaneidade.
O jornalismo, para Deak (2007) não pode ser considerado um formato, mas sim um conteúdo e a maneira que ele foi elaborado, com uma série de procedimentos éticos para apurar um fato. Para o autor, a experimentação do jornalismo em forma de Newgames é uma possibilidade, que se não foi inventada, futuramente o será. Já para Andrade (2008), newsgames é uma forma de jornalismo em construção que deve ser discutido em seus efeitos de produção, circulação e recepção que serão avaliados posteriormente.

Os responsáveis por este trabalho são: Agnaldo Montesso, Fernanda Couto, Gisele Nishiyama, José Tarcísio Filho, Luciana Melo, Lúcio Érico, Mário Vítor Filho, Sabrina Areias

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