segunda-feira, 29 de junho de 2009
Apresentação
A proposta foi apresentar conceitos, exemplos, autores, tutoriais etc sobre temas relevantes para o jornalismo na "era multimídia".
Navegue pela página inicial de um dos cinco temas estudados:
- Reportagem Multimídia
- Jornalismo Móvel
- Jornalismo e Mapas
- Infografia Multimídia
- Newsgames
Comentários serão muito bem-vindos.
Carlos d'Andréa
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Newsgames: a informação em forma de jogos
Para Tiago Dória, Newsgames é um conceito que surgiu, mais ou menos, em 2003 e refere-se a jogos feitos com base em notícias ou um acontecimento em curso. Desde o ElPais até o The New York Times já fizeram alguns experimentos com o formato.
Mas já em 2002, o jornal El Mundo online publicava infográficos digitais. Havia então, a mistura de ilustrações, informações e uma base narrativa que contribuiu para o surgimento dos chamados NewsGames, jogos feitos a partir de acontecimentos e informações verídicas.
Mas é em 2004, que surge a primeira experiência no exterior, com o jornal espanhol El País, chamado Play Madrid. O newsgame busca manter acesa a lembrança da tragédia ocasionada pelos ataques terroristas na capital. A primeira experiência no Brasil foi iniciativa do G1, em outubro de 2007.
Os NewsGames ainda estão em consolidação pelo pouco tempo da criação do primeiro jogo. e pelas poucas experiências no Brasil e no mundo. A aposta neste novo formato de disponibilizar o conteúdo noticioso está pela franca expansão da indústria de games que só em 2007, rendeu US$ 9,5 bilhões. Outro fato é que pesquisa feita por Howard Finberg, um dos diretores da Poynter, afirmou que a taxa de retenção de informação em um Newsgame é de 70 a 80%, enquanto num meio com texto e elementos multimídia (áudio e vídeo) a taxa é de 50%. Soma-se a isso, que o jornalismo tradicional, que prima pelo lead e pirâmide invertida vem sofrendo uma significativa perda de mercado.
Aí entra uma polêmica se esse novo formato de disponibilizar as notícias é jornalismo ou não. Para os que defendem os newsgames como uma nova forma de jornalismo um dos argumentos é que eles fazem a apropriação de narrativas de diversas linguagens: texto, vídeo, gráficos, e que ainda conta com a participação do leitor, chamado por Deak (2007) de usuário.
Já os argumentos que afastam os newsgames do jornalismo é a associação feita entre os jogos e o entretenimento. Esse teria um potencial alienante, em seu sentido puro, ligado a indústria do entretenimento. Segundo Deak (2007), os instrumentos desenvolvidos pela mesma podem ter um viés alienante, mas também podem ser utilizadas para educação ou para o jornalismo.
Nos posts a seguir, o internauta poderá ver o que dizem pesquisadores sobre esse novo formato, experiências no Brasil e no Exterior e um reflexão se o NewsGame é jornalismo ou não.
Os responsáveis por este trabalho são: Agnaldo Montesso, Fernanda Couto, Gisele Nishiyama, José Tarcísio Filho, Luciana Melo, Lúcio Érico, Mário Vítor Filho, Sabrina Areias
NewsGames: Entenda alguns termos
- NewsGames – informações editadas em formato de game, culminando com a proposta de um novo modelo de Jornalismo Online
- Seriuos games ( jogo sério)- termo utilizado para referir-se a um software ou hardware com a aplicação desenvolvida para uma outra finalidade que não seja primária pura diversão, como treinamento. Exemplos: Microsoft Flight Simulator desenvolvido como uma simulação de aviação civil e Darfur é Morrer (Internet) Um jogo on-line pela mtvU que simula vida em um campo refugiados Darfur.
- Mashup – é uma aplicação que combina elementos e conteúdos de outras ferramentas, formando uma nova.
- Card Game – Jogos de cartas colecionáveis de futebol e baseball, por exemplo
- Advergame – (fusão das palavras inglesas Advertise = propaganda e videogame = jogo eletrônico ou simplesmente game = jogo). nome dado a estratégia de comunicação mercadológica (ferramenta do marketing) que usa jogos, em particular os eletrônicos, como ferramentas para divulgar e promover marcas, produtos, organizações e/ou pontos de vista.
- Quiz – é uma forma de avaliar uma grande quantidade de pessoas com um questionário com respostas do tipo "certo ou errado" e chegar em um consenso geral.
NewsGames: Conceitos
O jornalista Tiago Dória define os newsgames como um novo formato que vem sendo utilizado em caráter experimental pelos maiores jornais do mundo. Sendo um conceito que surgiu, mais ou menos, em 2003 e refere-se a jogos feitos com base em notícias ou um acontecimento em curso. Desde o ElPais até o The New York Times já fizeram alguns experimentos com o formato.
Contudo, embora o conceito tenha aparecido apenas atualemente, segundo Lima Jr (2008) essa adaptação de disponibilidade de conteúdo informativo de forma rica sensorialmente, tem origem há quase um século, tendo em vista que para Jon Burton, a “mídia noticiosa tem uma longa tradição em oferecer aos seus leitores quebra-cabeças e games. A primeira palavra-cruzada apareceu no jornal New York World, em 1913”. (BURTON, 2005, p.88 apud Lima JR, 2008, p.7)
O editor da Superinteressante Online, Rafael Kenski, que produz seus próprios newsgames dentro da Redação, afirma que o newsgames é um braço do 'seriuos games' tendo como objetivo passar uma mensagem ou ensinar alguma coisa de forma quente.
O estudioso dos newsgames Geraldo Seabra, também possui o mesmo pensamento, adotando a definição de informação como “transmissão de conhecimentos", nesse caso, a informação das narrativas dos games pode nem sempre aparecer de forma explícita, clara, como numa exposição de aula tradicional, ou numa manchete de jornal, de forma descritiva, mas de forma sedutora, pois "Quanto mais estivermos pessoalmente envolvidos com uma informação, mais fácil será lembrá-la" (LÉVY, 1993, apud Geraldo Seabra)
Seabra ainda discute o fato do NewsGames propor a subversão da edição e disponibilização tradicional da notícia, além de também subverter a narrativa tradicional dos games, ao estabelecer um novo paradigma ao abrir possibilidade para o jogador criar seus próprios games, em tempo real, de acordo com suas afinidades e interesse. Assim, "os jogadores podem desenvolver um jogo a partir de um game pré- formatado, ou até criar o seu próprio jogo, usando ferramentas virtuais de criação, munindo-se de informações noticiosas como mais um elemento narrativo."
Os responsáveis por este trabalho são: Agnaldo Montesso, Fernanda Couto, Gisele Nishiyama, José Tarcísio Filho, Luciana Melo, Lúcio Érico, Mário Vítor Filho, Sabrina Areias
News Games: e aqui Brasil parte 1
- Eleições nos EUA
O que se percebe nos news games do portal G1, é que eles além de disponibilizar o jogo, também oferecem conteúdos relacionados para que a pessoa possa se informar melhor sobre o assunto, e é claro, continue navegando pelo site.
- Desafio dos Craques

O jogo pode acessado em:
- Ajude Barack Obama assumir a presidência

Os responsáveis por este trabalho são: Agnaldo Montesso, Fernanda Couto, Gisele Nishiyama, José Tarcísio Filho, Luciana Melo, Lúcio Érico, Mário Vítor Filho, Sabrina Areias
NewsGames: aqui no Brasil parte 2
- ÁudioPop
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- Games das eleições

Cada parte do mundo “produz algo que é mais barato”, nesse caso, o que é mais barato é devido à natureza de onde geralmente surgem as grandes negociações daquele produto ilegal no país, baseado na vida real. Por exemplo: A América do Sul possui menor taxa para negociação de jogadores de Futebol, mas vale o triplo na Europa.
Com uma dinâmica simples, o jogo é fácil de jogar, exigindo apenas paciência, baseado em uma plataforma de jogos de estratégia. A informação aparece nas viagens: quando o jogador decidi se deslocar de um país para outro, aparece um quadro de informações sobre esse novo “ambiente”, com informações sobre o tipo de contrabando que há no país, sendo o mais barato aquele que representa a principal atividade criminosa do país em questão.
Um jogo com informações interessantes, viciante e intuitivo, esse é um ótimo exemplo de News game, que diverte e informa.
Os responsáveis por este trabalho são: Agnaldo Montesso, Fernanda Couto, Gisele Nishiyama, José Tarcísio Filho, Luciana Melo, Lúcio Érico, Mário Vítor Filho, Sabrina Areias
NewsGames: Experiências no Exterior
- Food Import Folly
O fato jornalístico que do newsgame em questão é sobre a importação de comida para os Estados Unidos: nesse caso, o jornal critica a F.D.A, que devido ao alto crescimento nos níveis de importação, e a redução de inspetores, não tem conseguido vistoriar todo alimento que chega ao país em questão; Os riscos alegados é que sem essas vistorias o país pode ser contaminado através da comida.
Não muito diferente da realidade, o jogador deve colocar inspetores nas entradas do país, treinar novos inspetores, quando possível, sendo que o objetivo do jogo é não deixar entrar alimentos sem a vistoria do inspetor, e quanto mais produtos alimentícios você fiscalizar, mais pontos você ganha. Talvez o que chama mais atenção no jogo, é o ritmo frenético das importações, que crescem a cada ano, assim como na vida real, dando a “experiência”, de como é difícil para a F.D.A vistoriar.
Outras experiências no exterior:
- Play Madrid
- Food Import Folly
- Operation Cast Lead
- Burguer Ban
- Syria Commando Raid
- 12th Setember
- Paolos deserto f the real
- News blaster
- News breaker
Newsgame: jornalismo ou não?
Para aqueles que já consideram os Newsgames como um novo tipo de jornalismo um dos argumentos é a experiência que ele tem em apropriação de narrativas de diversas linguagens, assim como aconteceu a apropriação do cinema pelo documentário, e da literatura pelo New Journalism. Também existe uma nova tendência na biografia contada como forma de história em quadrinhos. Nesse sentido os Newsgames aparecem como uma narrativa eletrônica que mistura elementos de todas as outras: do texto, do vídeo, dos gráficos e ainda conta com a participação do leitor, que segundo Deak (2007) recebe o nome de usuário.
Já os argumentos que afastam os newsgames do jornalismo é a associação feita entre os jogos e o entretenimento. Esse teria um potencial alienante, em seu sentido puro, ligado a indústria do entretenimento. Segundo Deak (2007), os instrumentos desenvolvidos pela mesma podem ter um viés alienante, mas também podem ser utilizadas para educação ou para o jornalismo.
Segundo Andrade (2008), os Newsgames devem ser vistos como emuladores de notícias. Eles ainda fornecem uma leitura mais engajada do fato. Um dos diretores da Poynter (um dos principais sites sobre jornalismo on line) Howard Finberg, afirmou que a taxa de retenção de informação em um Newsgame é de 70 a 80%, enquanto num meio com texto e elementos multimídia (áudio e vídeo) a taxa é de 50%.
A relação da comunicação social com o videogame já é algo que vem sendo discutido. Andrade (2008) em suas pesquisas detectou o uso dessa ferramenta na publicidade, nas relações publicas e no jornalismo. Na publicidade o termo usado é o Advergames. Podemos observar alguns jogos inclusive em publicidades do MSN. Nas relações públicas, o termo é Serious Games. Ele tem esse nome porque é usado para discutir questões sérias e para persuadir o usuário durante o jogo, e até mesmo como um treinamentos. No Second Life, a IBM utiliza salas de conferências virtuais para treinar seus consultores. Finalmente, no jornalismo, essa ferramenta emergente tem o nome de Newsgames.
Para Andrade (2008), os Newsgames encaixam-se perfeitamente no conceito de jornalismo on line por agregar seus seis principais princípios: a multimidialidade, a interatividade, a hipertextualidade, a personificação, a memória e a instantaneidade.
O jornalismo, para Deak (2007) não pode ser considerado um formato, mas sim um conteúdo e a maneira que ele foi elaborado, com uma série de procedimentos éticos para apurar um fato. Para o autor, a experimentação do jornalismo em forma de Newgames é uma possibilidade, que se não foi inventada, futuramente o será. Já para Andrade (2008), newsgames é uma forma de jornalismo em construção que deve ser discutido em seus efeitos de produção, circulação e recepção que serão avaliados posteriormente.
Os responsáveis por este trabalho são: Agnaldo Montesso, Fernanda Couto, Gisele Nishiyama, José Tarcísio Filho, Luciana Melo, Lúcio Érico, Mário Vítor Filho, Sabrina Areias
NewsGames: Como fazer?
NewsGames: Referências bibliográficas
SEABRA, G. NewsGames - Games como Emuladores de Notícia: uma proposta de modelo de jornalismo on-line. Disponível em: http://www.slideshare.net/seabhra/artigo-games-como-emuladores-de-notcia-198569> Acesso em: 13 de jun. 2009.
DORIA, T. O que são newsgames? Disponível em: <http://www.tiagodoria.ig.com.br/2008/03/10/o-que-sao-newsgames/> Acesso em: 13 de jun. 2009.
DEAK, A. Nova prosa para novas mídias. Disponível em: <http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=418ENO001>. Acesso em: 13 de jun. 2009.
DEAK, A. Newsgames: jogo da máfia. Disponível em: <http://www.andredeak.com.br/2009/04/08/newsgames-jogo-da-mafia/>. Acesso em: 13 de jun. 2009.
Candidate Match Game. Disponível em: <http://www.usatoday.com/news/politics/election2008/candidate-match-game.htm>. Acesso em: 13 de jun. 2009.
Quais candidates pensam igual a você? Disponível em: <http://veja.abril.com.br/politica/enquete-candidatos-rj.html>. Acesso em: 13 de jun. 2009.
Campaign Rush. Disponível em: <http://edition.cnn.com/ELECTION/2008/campaign.rush/>. Acesso em: 13 de jun. 2009.
Jogue o quis das personalidades políticas. Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL269009-5602,00-JOGUE+O+QUIZ+DAS+PERSONALIDADES+POLITICAS.html;. Acesso em: 13 de jun. 2009.
Desafio de craques. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/especiais/desafio-de-craques,56928.htm;. Acesso em: 13 de jun. 2009.
Do Odyssey 100 à teoria do newsgames: uma genealogia dos videogames como emuladores de informação. Disponível em: <http://www.slideshare.net/BlogNewsGames/artigo-cientfico-do-odyssey-100-teoria-do-newsgames-uma-genealogia-dos-games-como-emuladores-de-informao-presentation-726566.; Acesso em: 13 de jun. de 2009.
O jogo da máfia. Disponível em: <http://origin.super.abril.com.br/infograficos/info_420553.shtml;. Acesso em: 16 de jun. 2009.
SEABRA, G. Blog dos NewsGames completa um ano apostando nos games como notícia. Disponível em: http://blogdonewsgames.blogspot.com/> Acesso em: 16 jun. 2009.
VENTURA, T. Game das eleições gera debate em blogs: novos formatos de conteúdo agregam interatividade na transmissão de notícias. Disponível em: <http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_20/2008/08/14/em_noticia_interna,id_sessao=20&id_noticia=75606/em_noticia_interna.shtml> Acesso em: 16 jun. 2009.
Game das eleições 2008. Disponível em: <http://sites2.uai.com.br/eleicoes2008_game/> Acesso em: 16 de jun. 2009.
É um jogo? Uma reportagem? Uma notícia? Não. É o newsgame! Disponível em: <http://www.institutoclaro.org.br/observatorio/noticias/detalhe/newsgames-permitem-aprendizado-a-partir-de-uma-mescla-de-narrativas> Acesso em: 16 de jun. 2009.
DORIA, T. Veja lança “newsgame” sobre eleições. Disponível em: http://www.tiagodoria.ig.com.br/category/newsgaming/> Acesso em: 16 de jun. 2009.
PACETE, L. Interagindo com a notícia. Disponível em: <http://gluiz17.blogspot.com/> Acesso em: 16 de jun. 2009.
Mind Games: food import folly. Disponível em: http://select.nytimes.com/2007/05/24/opinion/20070524_FOLLIES_GRAPHIC.html?_r=3&oref=slogin#. Acesso em: 16 de jun. 2009.
LIMA, Jr. Walter Teixeira. Tecnologias emergentes desafiam o Jornalismo a descobrir novos formatos de conteúdo.In: Intercom- Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XXXI Congresso Brasileiro das Ciências da Comunicação.- Natal RN- 2 a 6 de setembro de 2008.
Jogue o Quiz das eleições dos EUA. Disponível em: http :// g1 .globo. com /Noticias /Mundo/0,,MUL279921-5602,00-JOGUE+O+QUIZ+DAS+ELEICOES+DOS+EUA.html. Acesso em: 16 de jun. 2009.
Jogo: ajude Barack Obama a assumir a presidência dos Estados Unidos. Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultnot/infografico/2009/01/16/ult3224u109.jhtm. Acesso em: 16 de jun. 2009.
Os responsáveis por este trabalho são: Agnaldo Montesso, Fernanda Couto, Gisele Nishiyama, José Tarcísio Filho, Luciana Melo, Lúcio Érico, Mário Vítor Filho, Sabrina Areias
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Infografia
- Quando não há fotografias, ou elas dizem pouco sobre o fato;
- Quando a noticia encontra-se rodeada de mistério;
- Para dar uma explicação mais minuciosa;
- Apresentar uma sinopse;
- Mostrar o interior de um edifício;
- Quando o acontecimento é um assassinato ou acidente; Informar fenômenos espaciais ou da natureza, etc.
- Por categorias: narrativos, instrutivos, explorativos e simulatórios.
- Por tipo: autônomo e complementar
- Por estado: de atualidade e de memória Por categoria: seqüencial, relacional e espacial.
Infografia: e lá no exterior?
Ao contrário do que se poderia imaginar, as experiências com infografia multimídia na mídia internacional não são tão superiores a sua utilização na mídia brasileira. Revistas e jornais de grande porte dedicam espaço em seus sites para os infográficos multimídia, mas sem abandonar o uso de infográficos estáticos, convencionais. Algumas experiências e inovações, entretanto, merecem destaque.
Jornal espanhol El Mundo: é um dos destaques em infografia multimídia. Em artigo de 2004, Steve Outing discorre sobre o Jornal El Mundo, e porque ele pode ser considerado o melhor produtor de infografias para internet. Ele aponta diversas características que fazem do jornal espanhol um dos melhores neste segmento, como ter uma equipe apenas para a criação, a rapidez com que criam e disponibilizam os infográficos, a dedicação a pesquisar e desenvolver novos modelos para a infografia e o trabalho conjunto (porém autônomo) com a equipe responsável pela infografia do jornal impresso, por exemplo.
Alberto Cairo destaca que o sucesso da infografia multimídia no El Mundo se deve ao fato deles trabalharem com templates (uma espécie de “pré-moldura” do infográfico), o que permite que seja dada mais atenção ao conteúdo dos infográficos, permitindo que eles sejam disponibilizados mais rapidamente. Ele diz também que é importante que a navegação no infográfico multimídia “faça sentido”, ou seja, que o usuário consiga entender os comandos utilizados na navegação, saiba onde clicar para ter determinadas informações, por exemplo.
Um exemplo clássico de como os infográficos do El Mundo trazem informação (e são feitos rapidamente) são os infográficos referentes ao atentado terrorista aos trens em Madri (11 de março de 2003). Os infográficos foram disponibilizados poucas horas após os atentados, e eram constantemente atualizados.
Alberto Cairo disse, no artigo acima, de 2004, que o tempo gasto para produzir um infográfico de boa qualidade reduziu bastante se comparado com quando começaram a investir em infografia multimídia, no ano 2000. Esse foi o caso do infográfico produzido sobre um tiroteio em Madri, que demorou apenas 4 horas para ser disponibilizado e um outro que demorou apenas 2 horas, que retratava um acidente, que além de tudo, faz uso da interação com mapas.
Infográficos mais elaborados, que aliam diversos recursos multimídias (o tópico “
Time Magazine: O site da revista Time tem uma seção dedicada aos infográficos, que se localiza dentro do tópico “fotos” e agrega infográficos estáticos (reproduzindo os gráficos que saem na revista impressa) e interativos/multimídia.
Dos arquivos disponíveis no site, o primeiro infográfico multimídia data de outubro de 2004. É uma animação sobre o “funcionamento” de um vulcão.
Em 2007, no infográfico “One Day in America”, por outro lado, já integrou-se mapas, “gráficos de torre” e gráficos interativos, onde o usuário insere valores particulares e compara com a média norte-americana. O infográfico é mais interativo, dinâmico.
Infográficos e eleições: No post do dia 4 de junho, no blog Journalism Labs, os jornalistas da BBC comentaram a cobertura das eleições para o parlamento europeu, no começo do mês, e como eles fizeram para integrar TV e site. Uma tela sensível ao toque foi instalada nos estúdios de TV, e o apresentador utilizava o infográfico disponível no site para comentar as eleições. Os espectadores podiam ir eles mesmos ao site e explorar o infográfico, que explicava a constituição do parlamento, de acordo com os países e os partidos políticos. A estratégia de utilizar na TV um infográfico multimídia que pode ser acessado por qualquer usuário é nova, e, de acordo com a BBC, é um “teste” para a cobertura que pretendem fazer das próximas eleições gerais do Reino Unido.
Infográficos e economia: Os gráficos sempre foram muito utilizados para tratar de economia, seja em impressos ou na TV. O site do jornal USA Today, ao invés de disponibilizar uma página com diversos infográficos, criou um infográfico padrão, de acordo com um índice de medição econômica, e uma tabela de indicadores que influenciam no índice. O usuário pode analisar o primeiro gráfico ou explorar as variações de acordo com cada indicador.
Prêmio para infografia multimídia: A SND – Society for New Design é uma organização, criada em 1978, que reúne pessoas e empresas que fazem uso e se interessam por “jornalismo visual”. Todos os anos a SND organiza uma premiação que reconhece os melhores trabalhos em design multimídia, o SND.ies. O El Mundo sempre está entre os finalistas, mas é interessante observar a variedade de infográficos que concorrem e são classificados.
Grupo: Ana Paula Nunes , Débora Bravo,Gabriele Maciel, Mariana Andrade, Maristella Paiva e Mônica Bento - estudantes do 7º Período do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFV.
Infografia no Brasil
Segundo Alberto Cairo, professor de gráficos de informação e multimídia na Escola de Jornalismo da Universidade da Carolina do Norte (Chapel Hill, EUA), um dos principais problemas da infografia brasileira é como são feitas em geral as reconstruções visuais de assaltos, acidentes, catástrofes, etc. Ele pontua que háuma ênfase excessiva em fazer gráficos “espetaculares”, o que leva o designer a incluir muitos detalhes que, na verdade, não sabe se são verdade ou não.
Ainda segundo Cairo, o gráfico mais comumente usado no Brasil é o modelo storyboard: história em quadrinhos que “explica” uma notícia. Porém deve se atentar ao fato de que o infografista não conhece todos os detalhes que, por vezes, mostra no gráfico, por exemplo, as roupas do assaltante, sua expressão facial, etc.? A resposta, na maior parte dos casos, é que não sabe. Assim, na verdade, está inventando detalhes, o que fere a prática jornalística. Em março de 2009, pelo terceiro ano consecutivo, ocorreu a Mostra Nacional de Infografia, iniciativa de Mário Kano, editor adjunto do Jornal Folha de S. Paulo.
As melhores infografias, segundo a amostra foram reunidas em uma apostila, que pode ser acessada aqui.
Outros exemplos brasileiros podem ser acessados aqui.
Grupo: Ana Paula Nunes , Débora Bravo,Gabriele Maciel, Mariana Andrade, Maristella Paiva e Mônica Bento - estudantes do 7º Período do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFV.
Infográficos: como fazer?
De acordo com uma palestra de Nizan Guanaes, renomado publicitário, as publicidades, desdobrando-se aí para os infográficos, devem ser simples. Para isso explicar esse conceito ele utiliza-se da seguinte metáfora: “imagine que você tem 5 bolinhas de tênis e joga em cima de uma pessoa. No susto, a probabilidade dela não pegar nenhuma é muito grande. Mas se você joga apenas uma, ela pegará com certeza. É o tipo de idéia que cai como uma luva para a realidade dos diários”.
Desse modo, postula–se que a simplicidade deve ser uma aliada quando se pensa em infografia, sendo que é mais interessante só mostrar, com um simples zoom, o que causou o acidente no teleférico, do que colocar imagens espetaculares em 3D.
Portanto, para se construir um infográfico é necessário passar por seis etapas:
- Primeira: Concentre-se na idéia. Ela tem que acrescentar reforçar e/ou facilitar a visualização do assunto, fazer a história ficar mais atraente e relevante e a imagem escolhida deve simplificar a compreensão.
- Segundo: Planeje. Ele deve ser detalhado, permitindo que o artista e os editores possam visualizar todo o projeto de maneira mais efetiva, antecipando erros e pensando na página como um todo.
- Terceiro: Investigue. O infografista deve buscar informações confiáveis para o seu texto, caso o repórter já não as tenha.
- Quarto: Conteúdo. O conteúdo do infográfico tem que ser claro e objetivo, sem dados
- Quinto: Edição de texto. Esta deve ser uma etapa, em que presta muita atenção nos textos e nos títulos. Além disso, não pode ser feita de última hora, já que corrigir um infográfico é muito demorado.
- Sexto: O infográfico na página. A sua disposição na página deve ser bem pensada para que a arte não competir com as imagens. A hierarquia visual deve levar em conta o conteúdo, privilegiando o info, a foto ou o texto.
Com relação ao texto, prime pela clareza e objetividade, e, agrupe as informações similares em um mesmo subtítulo, para que o leitor vá direto ao que interessa. É importante também se o texto tiver vários blocos, que eles sejam do mesmo tamanho, para que a arte fique mais bonita. Já os títulos devem primar pela coerência com as imagens que eles retratam e com as informações que se seguem para que seja facilitada a compreensão por parte do leitor.
Infografia passo-a-passo: http://www.scribd.com/doc/8405929/Infografia-Passo-a-Passo-por-Mario-Kanno.
Veja como o Portal G1 produz seus infográficos: http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL106298-6174,00.html
No vídeo a seguir o editor da Super Interessante mostra como a revista faz seus infográficos:
Grupo: Ana Paula Nunes , Débora Bravo,Gabriele Maciel, Mariana Andrade, Maristella Paiva e Mônica Bento - estudantes do 7º Período do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFV.
Infografia: conceitos
A partir da evolução técnica em editoração houve um avanço na produção editorial, principalmente no que tange aos infográficos, que passou a ser usado constantemente. Foi se então descoberto a importância de se conjugar textos com imagens para melhorar a comunicação. Portanto, a evolução da infografia está atrelada ao desenvolvimento das possibilidades técnicas, bem como pelo desenvolvimento de softwares, capazes de incorporar inovações na parte de desenhos e ilustrações.
Alberto Cairo, professor de gráficos de informação e multimídia na Escola de Jornalismo da Universidade da Carolina do Norte (Chapel Hill, EUA) define infográfico como: (...) “ramo do jornalismo que usa a arte, tomando emprestadas ferramentas do design gráfico, da ilustração, da cartografia, da estatística e de muitas outras disciplinas”.
Já De Pablos (1999) coloca a infografia como sendo uma “informação visual que existe desde a primeira união comunicativa entre um desenho ou um pintura enfatizados por um texto alusivo”.
A partir desses conceitos devemos entender como a infografia se desenvolveu ao longo do tempo, entendo como ela é e foi utilizada e cada meio. Desse modo, os primeiros infografistas eram artistas que buscavam passar alguma informação através de uma pintura e/ou desenho. Nesse sentido, o precursor do vínculo artista-máquina foi Abraham Palatnik, que, no final dos anos 40, criou a luz artificial em movimento valendo-se de mecanismos que projetavam formas abstratas numa tela de dimensões médias. No Brasil, a tecnologia a serviço da arte se deu em 1968 com Waldemar Cordeiro e Giorgio Moscati que realizaram trabalhos de ‘computer art’, vindos da arte concreta.
Com a democratização dos computadores, softwares e da informática como um todo, foram sentidas grandes modificações no campo da infografia. Em 1995, por exemplo, tivemos uma exposição de Arte/Tecnologia no Museu de Arte Contemporânea da USP,
A infografia, como técnica, proveio então da união entre arte + informática. A criação de infográfico está alicerçada na imagem digital e numérica, os chamados pixels, sendo que cada ponto (ou pixel) é qualificável e quantificável separadamente quanto a sua cor, textura, luminosidade e a localização a que se refere. Desse modo, Oliveira (1997) acredita que a arte pode servir como um espectro da realidade, sendo que a tecnologia pode estar a esse serviço.
No meio impresso, a infografia é utilizada desde os primórdios, sendo que a Guerra do Golfo é considerado um marco na infografia no jornalismo mundial. Por não haver fotografias nem imagens do conflito havia a necessidade de se apropriar de algo além das notícias.
Na Web a infografia aparece de dois modos: como informação complementar de uma notícia, geralmente servindo de ilustração para o texto, ou como a própria notícia, a informação principal. Desse modo, a infografia multimídia apresenta as mesmas características da impressa, porém por ser realizada através de outros recursos tecnológicos, ela agrega potencialidades do meio. O marco para a infografia multimídia se de em 2001, no atentado terrorista de 11 de Setembro nos EUA.
Grupo: Ana Paula Nunes , Débora Bravo,Gabriele Maciel, Mariana Andrade, Maristella Paiva e Mônica Bento - estudantes do 7º Período do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFV.
Infográficos: glossário
Photoshop: Programa de edição de imagens. Desde as primeiras versões o programa tenta superar os resultados que eram anteriormente alcançados nos laboratórios químicos de fotografia. A acessibilidade chegou a tal ponto que o mesmo programa é usado por profissionais de artes gráficas e usuários que usam para pequenos trabalhos digitais.
Macromedia Flash: O programa Flash, da empresa Macromedia, é a maior promessa para o desenvolvimento dos infográficos on-line. O programa congrega todos os requisitos considerados essenciais para esse novo tipo de comunicação: som, imagem, movimento. Além disso, ele tem a particularidade de formar arquivos de tamanho reduzido, o que permite um fácil trânsito pela rede.
Macromedia Dreamweaver: Programa de desenho web, com interface gráfica, orientado a usuários sem muita formação prévia em programação.
Texto -base do site da Fisa Produtora.
Grupo: Ana Paula Nunes , Débora Bravo,Gabriele Maciel, Mariana Andrade, Maristella Paiva e Mônica Bento - estudantes do 7º Período do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFV.
Infográficos: exemplos
Infográficos: bibliografia e links
Artigos:
JUNIOR, W. Infografia Multimídia avança na vanguarda no campo do Jornlailsmo visual. Disponível em <http://www.periodistaseninternet.org/docto_congresos-anteriores/VcongresoBrasil/AIAPI%202004%20Walter%20Lima%20Jr.pdf>
DEAK, A. Proque a Infografia salvará o Jornalismo. Disponível em <http://www.andredeak.com.br/2008/03/09/por-que-a-infografia-salvara-o-jornalismo/>
GRADIM, A. O jornalista multimédia do século XXI . Disponível em
JUNIOR, W. Tecnologias emergentes desafiam o Jornalismo a descobrir novos formatos de conteúdo. Disponível em <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2008/resumos/R3-0687-1.pdf>
Jornalismo e Tecnologias da Mobilidade Conceitos e Configurações
http://www.cencib.org/simposioabciber/PDFs/CC/Fernando%20Firmino%20da%20Silva.pdf
RIBAS, B. Infografia Multimídia: um modelo narrativo para o Webjornlaismo. Disponível em <http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/2004_ribas_infografia_multimidia.pdf>. Acesso dia 7 de Junho.
Vídeos, entrevistas e sites interessantes:
http://infografiaembasededados.wordpress.com/videos/
http://nupejoc.blogspot.com/search/label/infografia
Mostra Nacional de Infografia
http://www.riomadeiravivo.org/cenario.htm
http://www.frisaprodutora.com.br/mcv2.asp?sd=20070407215310&cat=20070622230646
http://2.0.bloguite.com/compilacoes/infografia-a-lista-definitiva.html
Grupo: Ana Paula Nunes , Débora Bravo,Gabriele Maciel, Mariana Andrade, Maristella Paiva e Mônica Bento - estudantes do 7º Período do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFV.
Newsgames
- Newsgames: a informação em forma de jogos
- NewsGames: Entenda alguns termos
- NewsGames: Conceitos
- News Games: e aqui Brasil parte 1
- NewsGames: aqui no Brasil parte 2
- NewsGames: Experiências no Exterior
- Newsgame: jornalismo ou não?
- NewsGames: Como fazer?
- NewsGames: Referências bibliográficas
- NewsGames: Apresentação Powerpoint
terça-feira, 23 de junho de 2009
Jornalismo e Mapas
O Jornalismo para multimídia, característico por apresentar textos condizentes com a velocidade que o veículo apresenta, tem a possibilidade de adicionar conteúdos dinâmicos e complementares do texto. Tudo isso é possível graças a sua multimidialidade; vídeos, recursos sonoros e gráficos são comumente utilizados a fim de aprofundar e tornar o assunto mais interessante ao internauta.
sábado, 20 de junho de 2009
Jornalismo e mapas - Mídia Locativa
A expansão e a popularização da utilização do ciberespaço fizeram com que uma categoria midiática se destacasse: a mídia locativa. Nela, o conteúdo informacional vincula-se a um local específico, onde o conteúdo está diretamente ligado a uma localidade. É um processo de emissão e recepção de informações a partir de um determinado local, gerando uma intensa relação entre o espaço e a tecnologia móvel digital (mais informações no post Jornalismo Móvel).
Jornalismo e Mapas - Onde mapear
Pode-se fazer um mapeamento através de duas plataformas simples de serem usadas. A primeira delas é o Google Maps.